Uma semana em Malta

Malta é um arquipélago situado no Mar Mediterrâneo, composto por várias ilhas, chamadas Ilhas Maltesas. As únicas ilhas habitadas são a ilha de Malta, Gozo e Comino.

Durante estas férias aproveitámos para visitar estas 3 ilhas.

Dia 1

Chegámos ao aeroporto de Malta já era tarde. Apenas tivemos tempo de ir buscar um carro, previamente alugado, e seguimos para Il-Gzira, onde iríamos ficar alojados. Apesar de se conduzir ao contrário, tal como em Inglaterra, a adaptação não foi assim tão difícil.

À medida que nos aproximávamos do apartamento, as ruas foram ficando cada vez mais pequenas e sombrias. Quando alugámos o carro referiram-nos várias vezes para estacionarmos apenas nos lugares marcados com cor branca, pois os lugares delineados a amarelo eram lugares reservados ou proibidos. Como era de noite e a luz bastante escassa, procurar um lugar para estacionar acabou por ser uma uma tarefa um pouco chata.
Depois de algumas voltas acabámos por encontrar um lugar não muito longe do apartamento. Quando chegámos junto do prédio, onde íamos ficar alojados, começámos a ficar desanimados, pois o prédio parecia muito velho e decadente. No entanto, assim que entrámos no prédio, tivemos uma agradável surpresa, pois estava completamente remodelado e era bastante moderno.

Ao longo das férias apercebemo-nos que esta zona está a sofrer um boom e que há imensos prédios que estão a ser completamente modernizados, mas sempre com o cuidado de se preservar as fachadas antigas.

Dia 2 - La Valletta

No segundo dia, acordámos bem cedo e fomos experimentar uma box de crossfit localizada a menos de 1km do apartamento (Crossfit Martell). Sinceramente, não a recomendo a ninguém.
Depois do treino fomos comer qualquer coisa a um café local e depois fomos às compras a um dos maiores mercados da zona. Quando lá chegámos percebemos que não tinha quase nada do que queríamos, apenas bolachas, sumos e detergentes, pelo que decidimos ir ao lidl.

Talvez haja alguma escassez de supermercados em Malta, porque nunca vi tanta gente no Lidl. As pessoas atropelavam-se literalmente umas às outras. Assim que deixámos as compras em casa, seguimos para La Valletta, capital de Malta e Património Mundial de Malta pela UNESCO.

La Valletta fica numa península, rodeada por muralhas e com vários fortes que a defendiam das invasões dos turcos, romanos e ingleses.
Para entrar de carro na cidade existe uma taxa absurda, pelo que nem tentámos entrar e fomos logo diretos para o MCP Car Park, um parque de estacionamento coberto, localizado junto à entrada principal e que é bastante barato (a partir das 15 horas, só se pagam 3 euros por 8 horas de estacionamento).


Mal saímos do parque, seguimos a pé para a famosa Fonte de Triton, uma fonte imponente, composta por três Tritões de bronze que sustentam uma enorme bacia de água. Mesmo em frente encontra-se Valletta City Gate, uma pequena ponte que dá acesso à cidade medieval de Valletta.

Já dentro das muralhas encontra-se o Parlamento de Malta, um edifício moderno, mas completamente integrado e em sintonia com os restantes edifícios. Mesmo ao lado fica o Royal Opera House, que funciona essencialmente como um teatro bastante moderno, conservando as antigas colunas da época romana.

Malta é o país das varandas bonitas e isso é completamente visível a partir do primeiro momento em que se entra em La Valletta. As varandas são bastante tradicionais em estilo de marquise, todas em madeira e muito coloridas. A sua cor acaba por provocar um contraste interessante com a cor das paredes dos edifícios, em tons de areia e que já sofreram bastante com a erosão do tempo.


Continuámos a descer a rua principal até chegarmos perto da Catedral de St. John. No momento em que lá chegámos estava a decorrer uma pequena procissão e as ruas estavam completamente decoradas e com muita música no ar. Esta Catedral tem um aspecto exterior simples, mas dizem que o seu interior é muito bonito, com os seus tons dourados, lápides em mármore no chão, várias pinturas no teto e a famosa tela “A Decapitação de S. João Baptista”, uma das obras-primas de Caravaggio.

Esta era a igreja de todos os Cavaleiros da Ordem de Malta e por isso possui 8 capelas dedicadas a cada cavaleiro da ordem: Espanha, Portugal, Alemanha, Itália, etc. O bilhete para entrar custa cerca de 10€, com direito a áudio-guia e a uma visita que pode demorar umas 2 horas. Não chegámos a entrar pois já tinha fechado.


Um pouco mais à frente fica a Praça de St. George onde se encontra o Grand Master Palace, residência do presidente do país.
Como o calor e a humidade no ar se estavam a tornar insuportáveis, decidimos ir até ao 67 Kapitali, especialistas em cerveja artesanal maltesa. Depois de descansarmos um pouco, saímos e continuámos a descer pela rua do 67 Kapitali. Ainda nesta rua encontra-se o Teatro Manoel,  construído por ordem de António Manoel de Vilhena, cidadão português e Grão-Mestre dos Cavaleiros de Malta.

Passámos em frente ao Teatro e seguimos em direção ao mar e a partir daqui continuámos sempre por fora das muralhas, até chegarmos ao Forte de Santo Elmo. Sinceramente, não foi a melhor opção, pois estava imenso calor e não haviam sombras no caminho.

Entretanto chegámos ao Siege Bell War Memorial, um monumento com um enorme sino erguido em 1992 e que possui um aviso a proibir as pessoas de estarem por baixo dele todos os dias ao meio-dia. Imagino que o som deve ser ensurdecedor.

Daqui seguimos para o Lower Barrakka Garden, apinhado de pessoas à espera para assistirem ao pôr-do-sol.

Continuámos a caminhar, passámos por cima da lindíssima Victoria Gate, uma das portas de entrada para La Valletta e seguimos para o Parque Upper Barrakka Gardens, um parque com umas vistas fantásticas para as 3 cidades: Birgu/Vittoriosa, Senglea e Cospicua. Deste parque consegue-se ver perfeitamente o Forte de São Angelo em Birgu e o Forte Ricasolli.

Além das suas vistas fantásticas, todos os dias às 16h é possível assistir à cerimónia do tiro de canhão no Saluting Battery. Como já passava dessa hora não conseguimos assistir, mas se quiséssemos, teríamos de chegar cerca de 15-20min antes, para arranjarmos um bom spot e ainda tínhamos de pagar um bilhete de 3€ para entrar nos jardins.
Como o sol estava quase a pôr-se, decidimos fazer como tantas outras pessoas e ficar mais uns minutos no parque para assistir ao pôr-do-sol.

Muito perto deste jardim encontra-se o Barakka Lift, um elevador panorâmico, bastante útil para transitar entre La Valletta e o porto, cujo desnível é bastante elevado. O preço para subir no elevador é de 3 euros, mas para descer não existe qualquer custo.

Entretanto saímos dos Upper Barrakka Gardens e começámos a ouvir uma música muito bonita, vinda do Royal Opera House. Pareceu-nos que estava a decorrer um concurso de musica. Ficámos a ouvir durante algum tempo, pois a acústica daquele espaço era divinal.

Depois disso fomos jantar ao Nenu the Artisan Baker, bastante conhecido pelas suas Ftiras, um prato tradicional Maltês.
Após o jantar, demos mais uma volta pela cidade, completamente iluminada e regressámos ao apartamento.

Dia 3 - Mdina, Rabat e praias do norte


Como era domingo e queríamos evitar as praias mais famosas e pequenas da ilha, decidimos acordar bem cedo e seguir para Mdina, a antiga capital do país, cercada por muros altos e um imponente portão que dá acesso à Mdina.

Mdina é mundialmente conhecida como a “Cidade Silenciosa” e as suas ruas são um autêntico labirinto e extremamente pequenas. Como se situa na zona central de Malta e foi construída no topo de um planalto, Mdina tem uma visão bastante privilegiada do resto da ilha. Um dos melhores locais para apreciar as vistas é na varanda do café Fontanella Tea Garden, igualmente famoso pelos seus bolos deliciosos.


Já do lado de fora das muralhas, fica Rabat. No passado, Mdina e Rabat estavam dentro das mesmas muralhas defensivas, mas foram separadas pelos Árabes. A cidade fortificada é Mdina e a cidade externa é Rabat, que significa "subúrbios".

Entretanto saímos das muralhas de Mdina e seguimos para a estação de autocarros, à procura do Kinnie Crystal Palace, um café bastante famoso em toda a ilha pelos seus Pastizzi, que além de baratos, são considerados os melhores da ilha.

Os Pastizzi são um petisco típico de Malta e consistem numa espécie de folhado recheado com queijo ricotta, ervilhas, frango ou anchovas.
Decidimos comprar um de frango e um de ricotta e também comprámos um Qassatat de ricotta, que é outro petisco típico de Malta, feito com uma massa mais fina e redonda. Não resistimos ao cheirinho e acabámos por comer o Qassatat ainda quentinho.

Depois de passearmos um pouco por Rabat, decidimos continuar a nossa viagem. Estava nos nossos planos irmos até Blata tal-Melh, e sabíamos que não seria fácil encontrar o caminho para lá, mas valeria bem a pena. Tínhamos as coordenadas GPS e decidimos arriscar. Primeiro a estrada começou a ficar cada vez mais apertada, até que ficou praticamente impossível prosseguir de carro. Decidimos seguir a pé guiando-nos pelo GPS, mas o caminho levou-nos a uma propriedade privada cuja passagem era proibida e acabámos por desistir.
Ainda queríamos ir até à Baía Fomm ir-Riħ (Boca do Vento), uma das praias mais selvagens de toda a ilha, totalmente isolada. Mas como o acesso à baía também era complicado decidimos não voltar a arriscar e por isso não fomos lá.

Decidimos seguir diretamente para a Baía Gnejna, uma pequena baía rodeada de garagens escavadas nas rochas, usadas no passado para guardar os barcos. Atualmente, principalmente aos domingos e feriados, são usadas pelas famílias para fazerem piqueniques, sestas e a abrigarem-se do calor.
Aproveitámos para dar uma volta pela praia, dar uns mergulhos e almoçar umas sandes, numa sombra que encontrámos.

Depois seguimos para Golden Bay, conhecida como a Baía Dourada e localizada na costa ocidental da ilha de Malta. Aqui conhecemos o Charlie, que faz passeios de barco passando por alguns dos locais que nós queríamos ver. Reservámos os bilhetes para o dia seguinte e aproveitámos para fazer praia. Já perto do final do dia, começámos a subir o penhasco junto à praia e lá de cima assistimos a um pôr-do-sol lindíssimo. À nossa volta estava bastante gente, também à espera do pôr-do-sol, alguns estavam mesmo a jantar enquanto que outros brindavam com um copo de vinho na mão.

Dia 4 - Golden Bay e passeio de barco

De manhã, seguimos novamente para Golden Bay, onde fizemos um pouco de praia e perto da hora de almoço, apanhámos o barco do Charlie - Charlie's Discovery Speed Boat Tours Golden Bay. Fizemos um passeio lindíssimo de hora e meio, passando por falésias, grutas e baías.

Passámos pela Baía Ghajn Tuffieha, com a forma de uma ferradura e de seguida pela Baía Gnejna, onde já tínhamos estado no dia anterior. Logo a seguir a esta baía encontram-se as grutas Ta' Marija, que em determinadas alturas do ano, dão para ser visitadas a partir da Baía Gnejna, galgando umas rochas e nadando um pouco. Também há quem vá de canoa ou faça paddle até lá.

Logo a seguir fica a Baía Fomm ir-Riħ, conhecida como "Mouth of the Wind", uma das mais selvagens de toda a ilha de Malta por ser de difícil acesso.

Por último fomos até ao Blata tal-Melh, conhecido com "The Rock of Salt". O seu nome deve-se às salinas que existiam neste local. Possui umas escadas escavadas na rocha e que permitiam o transporte do sal para os barcos.

No regresso fizemos uma paragem numa gruta que o Charlie apelidou de Smurfs Grotto. Depois de se certificar que tinha afastado todas as medusas, deu permissões para mergulharmos nas águas azul turquesa. Águas com grande profundidade, mas com um azul límpido e transparente.

Este foi o último ponto da visita e voltámos para a Golden Bay. Ainda ponderámos ir à Popeye Village durante a tarde, mas estávamos cansados e decidimos ficar mais um pouco na praia e depois regressar a casa ao longo da costa, admirando as vistas.

Dia 5 - Blue Grotto, St. Peter’s Pool e Marsaxlokk

Acordámos bem cedinho e seguimos para a Blue Grotto, um complexo de sete cavernas ao longo da costa sul da ilha. Como está localizado na área sudeste da ilha, a melhor altura para fazer a visita de barco, durante os meses de verão, é de manhã cedo, especialmente em dias claros e ensolarados. A posição do sol em relação às cavernas, fornece a luz ideal para as cores da água azul turquesa brilharem.

No caminho, passámos pelo miradouro da Blue Grotto (35.822172, 14.457371), com umas vista lindíssimas. Apesar de ainda ser cedo, já tinha muita gente e fazia um pouco de fila.

Daqui seguimos para o pequeno porto de Wied iż-Żurrieq, de onde partem os barcos para o passeio ao complexo de grutas. Estacionámos no parque de estacionamento, junto a alguns restaurantes e fomos comprar os bilhetes num pequeno quiosque.

Cada passeio de barco tem a duração de 20 min e tem um custo de cerca de 8€ por pessoa. Os barcos são pequenas embarcações de peixe tradicionais de Malta, pilotados por capitães locais, que conhecem muito bem a área. As visitas começam todos os dias às 9h da manhã, mas convém chegar bem cedo porque têm muita visitação.

Depois do passeio, seguimos em direcção aos Templos de Hagar Qim e Mnajdra, dois templos megalíticos, afastados 500m um do outro, com 5.000 anos e cuja origem e função ainda hoje permanecem desconhecidas. Inicialmente não se pagava para entrar nos templos, mas agora é preciso pagar bilhete para entrar, por isso decidimos não entrar e ir pelo caminho que passa ao lado, seguindo em direção ao mar. Relativamente perto do Mnajdra, virámos à esquerda e passámos pelo Congreve Memorial, dedicado ao Sir Walter Congreve (1862 – 1927), que foi governador de Malta entre 1924 e 1927. Um pouco mais à frente já dava para avistar Ghar Hanex, uma pequena janela para o mar, bastante bonita.

Quando voltámos para trás, vimos que dava para entrar nos templos sem mostrar bilhete e aproveitámos para entrar.

Depois de petiscarmos qualquer coisa, seguimos de carro para sul em direcção à St. Peter’s Pool, uma pequena baía calcária formada após o colapso de uma falésia de calcário, deixando uma abertura em forma semi-circular, semelhante a uma piscina e protegida do vento. Mesmo apinhado de gente, este foi um dos nossos locais preferidos em Malta. Ficámos aqui grande parte da tarde e ainda tivemos a sorte de estar lá quando apareceu a famosa dupla composta pela cadela Titti e o seu dono. A cadela era uma Jack Russell Terrier, que sempre adorou água e fazia mergulhos sincronizados com o seu dono. Infelizmente a cadelinha já faleceu, mas vai ficar na memória de todos os que conhecem este pequeno paraíso.

Depois de uma tarde bem aproveitada continuámos para sul, até à extremidade da península, onde fica a Baía Il Kalanka, que apesar de não ser tão bonita como a Peter's Pool, vale bem a visita e ainda por cima tem muito menos gente. Aproveitámos para fazer umas caminhadas pelas rochas e vimos praias lindíssimas, cujo acesso só é possível de barco.

No regresso passámos pela Aldeia Marsaxlokk, a principal aldeia piscatória, conhecida como a “aldeia dos barcos com olhos”. A principal atração desta aldeia são os seus famosos barcos coloridos, chamados de luzzu e que estão pintados com cores vivas que contrastam com o azul do mar. Todos eles têm desenhado o olho de Osíris, que os pescadores desenham para os proteger do mar e afastar a má sorte. O olho de Osíris é atualmente um símbolo de Malta e principalmente de Marsaxlokk.

Dia 6 - Ilha de Gozo

De manhã bem cedinho seguimos para Cirkewwa, onde iríamos apanhar o ferry para a Ilha de Gozo. Colocámos o carro na fila para entrar no ferry e eu fui para a bilheteira comprar bilhetes. Quando comecei a chegar à bilheteira, apercebi-me que tinha acabado de chegar uma excursão com imensos turistas e o ferry estava quase a partir. Ainda fiquei na fila durante algum tempo, mas decidi voltar para o carro. Tinha lido algures que nem sempre é preciso bilhete de ida e decidimos tentar assim. Foi o que fizemos melhor, porque realmente dava para seguir viagem sem bilhete e apenas comprar o bilhete no regresso, sem qualquer fila.

A ilha de Gozo, apesar de bem mais pequena do que a ilha de Malta, tem imensa coisa para ver, praias lindíssimas, desfiladeiros e monumentos diversos, pelo que tivemos de escolher bem o que visitar apenas num dia.

Começámos por visitar Victoria, a capital de Gozo, com um ambiente bem tradicional, poucos turistas e muitas tascas. Apesar de ter poucos turistas, é uma cidade muito complicada em termos de trânsito e por isso ainda perdemos algum tempo a tentar estacionar. Acabámos por conseguir estacionar, num parque público e gratuito, junto aos jardins Villa Rundle.

Daqui seguimos a pé pelo labirinto de ruelas do centro histórico de Victoria, até chegarmos à belíssima Praça de São Jorge, dominada pela Basílica de São Jorge e epicentro da velha Victoria. Aproveitámos para comprar qualquer coisa para petiscar e seguimos para a Cidadela, onde se encontra a famosa Catedral de Gozo.

A Cidadela (IL Kastell), ergue-se no topo de uma colina e está rodeada por umas enormes muralhas do século XV. Ao entrarmos na Cidadela, parece mesmo que estamos a ser transportados para outros tempos. Durante a Segunda Guerra Mundial, foram escavado abrigos anti-aéreos por baixo dela e ainda é possível ver alguma da destruição causada pela Guerra.

A primeira coisa que vimos quando atravessámos as muralhas, foi a Catedral de Sta. Maria, uma autêntica obra prima, com os seus lindíssimos frescos no tecto da nave central e um altar fantástico.

Continuámos mais um pouco até chegarmos à Antiga Prisão, que esteve a funcionar entre os anos 1500 e 1904. Aqui é possível ver algumas das celas utilizadas e as diversas mensagens e gravuras deixadas pelos antigos prisioneiros.

Entretanto saímos da Antiga Prisão e continuámos em direcção a uma das extremidades da muralha, onde se encontra um fantástico mirador para a zona norte da ilha. Nesta zona da Cidadela, existem imensas ruínas que mantêm a sua forma medieval original.

Entretanto deixámos a Cidadela para trás e seguimos viagem para a Baía Dwerja, local onde antes existia a famosa Azurre Window, uma formação rochosa que ruiu naturalmente em 2017 e que era o cartão postal da ilha. Quase a chegar ao local, dá para ver ao fundo uma grande lagoa - Inland Sea - formada pela água do mar que atravessa uma pequena fenda no meio das rochas.

Estacionámos o carro e seguimos a pé ao longo das rochas escorregadias em direcção ao antigo mirador da Janela. Numa das extremidades do penhasco, ao olhar para baixo, vimos o Blue Hole e várias pessoas a mergulhar. Decidimos procurar o caminho para lá e fomos descendo em direcção ao mar. Aproveitámos e também demos alguns mergulhos no Blue Hole, tendo sempre  muito cuidado com as medusas.

No fim, fizemos um pequeno piquenique para almoço e seguimos para a grandiosa Basílica de Nossa Senhora do Ta’Pinu, que recebe milhares de turistas todos os anos. Esta basílica fica mesmo por cima de um penhasco à beira-mar, proporcionando vistas de tirar o fôlego. A entrada é gratuita e tivemos de ter cuidado com a roupa antes de entrar (cobrir ombros e pernas).

Foi aqui que nos apercebemos, que um dos pneus do carro, que já estava a dar problemas desde o início, estava praticamente vazio. Fizemos uma busca por oficinas perto de onde estávamos e encontrámos uma muito simples. Como o carro era alugado, tentámos comprar um pneu novo igual, mas não tinham. Então apenas fizemos a troca pelo pneu suplente e torcemos para não termos problemas na entrega do carro.

Infelizmente perdemos muito tempo e acabámos por deixar para o final da tarde o Desfiladeiro Wied il-Ghasri, um vale que termina no mar. Digo infelizmente, porque este local é lindíssimo quando o sol bate nas águas. A única vantagem de chegar a estas horas, é que também tem muito menos gente. Para lá chegar é preciso percorrer um caminho deserto de carro e depois descer vários degraus. Lá em baixo, é possível ver as águas com tons de azul e verde, ladeadas por escarpas calcárias lindíssimas. Sem dúvida que é um dos desfiladeiros mais bonitos que visitei e também um dos mais tranquilos.

A pequena praia é totalmente composta por seixos o que torna este local mais bonito ainda, com a água transparente e o som das pequenas ondas a bater nos seixos. Aproveitamos para dar uns mergulhos e contemplar a paisagem.

Mesmo pertinho deste desfiladeiro fica uma das regiões de mineração de sal do mar chamado Salt Pans.

Entretanto voltámos a fazer-nos à estrada para regressar a Malta, mas no caminho ainda passámos pela cidade Xlendi Bay para assistirmos ao por-do-sol. No passado, esta pequena vila costeira, era uma vila de pescadores cercada por elevações rochosas. Atualmente é um dos lugares mais badalados de Gozo, com condomínios de luxo e casas de veraneio.

Depois disso seguimos novamente para o terminal do ferry e regressámos a Malta.

Dia 7 - Comino e Blue Lagoon

Acordámos bem cedinho e fomos novamente para norte em direcção a Cirkewwa. Estacionámos num grande parque e fomos comprar bilhetes para a pequena ilha de Comino. Depois de esperarmos quase uma hora finalmente chegou o nosso barco. O percurso ainda demorou cerca de 40 min, pelo que quando chegámos à pequena ilha já estava imenso calor e muita gente.

A Blue Lagoon, é logo visível e é de uma beleza inacreditável e indescritível. Este foi um dos nossos locais favoritos em Malta, mesmo estando completamente apinhado de pessoas e ser bastante difícil atravessar a multidão até entrar nas águas azuis, quentinhas e transparentes. Obviamente que também estão cheias de medusas e por isso é preciso algum cuidado.

Com o passar das horas, chegava cada vez mais gente, pelo que optámos por fazer uma caminhada e procurar a Lagoa de Cristal, localizada a cerca de 800m da Blue Lagoon.

Depois de um dia fantástico, apanhámos o barco de regresso à ilha de Malta. Uma nota muito importante: Comino é lindíssimo e vale a pena, mas recomendo irem apenas de manhã cedo até no máximo 11h ou ao final do dia, quando muita gente já se foi embora.

Dia 8 - Vittoriosa, Senglea e Cospicua

Como era o nosso último dia em Malta queríamos aproveitar para visitar as 3 cidades próximas de La Valletta. Uma das opções era apanhar o barco em Valletta e sair em Birgu, mas optámos por ir de carro.

Birgu foi o local onde os primeiros habitantes de Malta se instalaram, em busca de um lar e de segurança. A região foi também o primeiro lar dos Cavaleiros de São João, razão pela qual os palácios, igrejas e fortalezas das Três Cidades são mais antigos do que os de Valletta.

No final do dia regressámos a casa dando por terminadas mais umas férias.